Cobertura fotográfica da criação ao lançamento do disco de André Batiston em Poços de Caldas

Acompanhar o nascimento de “Retratos” foi como assistir à luz se desenhar em som.
Estive presente desde os primeiros acordes, no estúdio com Deivid Santos e Ivan Vilela, onde cada nota parecia abrir uma fresta de emoção.
Ali, André deixava a música falar de dentro para fora, e eu, com minha câmera, tentava acompanhar o que a canção revelava em silêncio.

No meu estúdio, veio a segunda parte desse processo: pensar imagens que dialogassem com o nome e o espírito do disco.
Queríamos que as fotos fossem mais do que retratos. Queríamos que fossem pedaços de olhar, fragmentos de presença, pequenos recortes do que a música deixava entrever.
A capa nasceu assim, de um instante preciso, em que os olhos do André se revelaram através do buraco do braço do violão.
Um enquadramento quase intuitivo, mas cheio de sentido, como se o olhar dele brotasse da própria música.

Matheus Soares comentou depois: “Essa capa tá linda demais! Os olhos recortados pelo violão casaram muito bem com o nome do álbum. São retalhos, retratos, recortes. Olhares.”
E eu penso que é exatamente isso. O disco é sobre ver e ser visto. Sobre o que a música mostra sem precisar dizer.

Encerrar esse ciclo com o show de lançamento foi sentir tudo isso pulsando em cena.
A produção da Carvalho Agência Cultural com a cenografia de Paulo Tothy trouxe essa energia para o palco, e André, com sua voz e presença generosa, transformou o instante em encontro.

Fotografar esse processo, do estúdio ao palco, foi mais do que registrar.
Foi participar de uma travessia artística e afetiva.
André é um querido que a arte trouxe pra perto, e “Retratos” é, para mim, um espelho do que acredito na fotografia: a beleza de traduzir o invisível.